"INFORMAÇÕES COMPROVAM QUE CÂNDIDO PORTINARI REALIZOU UM DESENHO DE EURÍPEDES"
Agnelo Morato - "Anuário Espírita"/1975
Batista Portinari foi colono na propriedade agrícola de Fabiano Pereira Ramos, em Brodósqui, São Paulo. A esposa deste fazendeiro, D. Etelvina Magalhães Ramos, era ligada por parentesco à família do Sinhô Mariano, tio de Eurípedes Barsanulfo. Tanto ela, quanto Fabiano, observaram que Cândido Portinari, filho do seu colono, manifestava pendor para o desenho desde tenra idade. Bastava ter um carvão e ele punha a garatujar nas paredes, nas portas, nas tábuas dos currais.
Mais impressionados ficaram com a precocidade do garoto ao verem, desenhada por ele em uma folha de caderno escolar, uma figura do Barão do Rio Branco. Foi então que Fabiano se empenhou em favor do filho do seu amigo. Concluiu ter ele talento nato para a pintura e fez tudo para que ele fosse para a "Escola de Belas Artes", no Rio de Janeiro.
Após certa relutância dos pais, o desenhista mirim foi encaminhado à pessoa de prestígio e da amizade do Senhor Fabiano. Às portas da Escola, surgiu um impasse. O rapaz não poderia ser admitido porque não possuía curso propedêutico, conforme exigência regulamentar. No entanto, em vista das rogativas do mocinho, que pedia a oportunidade pelo menos de um teste, tudo foi contornado. Candinho Portinari foi submetido a rigoroso exame de capacidade desenhista. Foi um sucesso autêntico. Apesar de leigo, os traços desenhados por ele, em presença de inúmeras sumidades da Escola de Belas Artes, impressionaram a todos. Confirmou-se a intuição do casal Fabiano Ramos. Era a manifestação pictórica de talento incomum!
Tempos depois, quando Portinari visitou os pais, procurou aquele casal amigo para dizer do seu agradecimento pelo estímulo que lhe deram. Levado pela inspiração de quem é grato, ofereceu-se para retratar a figura desses amigos devotados. Seria uma lembrança carinhosa, naturalmente. Mas D. Etelvina declinou da oferta gentil do jovem artista. Entretanto, como espírita ligada à família de Eurípedes, pediu a Portinari para reproduzir, em tamanho natural, os bustos de Eurípedes e Bezerra de Menezes.
Pouco depois, Cândido Portinari ganhava bolsa de estudos para seu aperfeiçoamento na Europa, onde conquistou o nome de gênio da pintura moderna.
Dona Etelvina enviou, em 1928, essas pinturas para o Bairro de Santa Maria, Sacramento/MG, onde se encontram expostas no Centro Espírita "Luz e Amor".
NOTA: Em 1916, o irmão caçula de Portinari ficou muito doente e vários médicos deram o caso por muito grave, sem esperança de sobrevivência. A conselho de um amigo, o pai de Portinari fez consulta, por carta, a Barsanulfo. Recebeu a resposta de Eurípedes, bem como a medicação prescrita pelos guias espirituais. A cura se realizou poucos dias após.
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